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As pontes

Embora distantes em termos espaciais, estamos sempre próximos. Unidos pelas pontes que atravessam os rios dos dias passados. A ponte que liga as duas margens. A ponte do afeto. A ponte da cumplicidade. Por mais que o rio se estenda, se torne turbulento ou venha a secar, sei que surge uma ponte que não nos deixa apartar. Dedicado ao meu pai e escrito em 29 jun 2016.

Soube pela vida

Sou uma pessoa emotiva, na alegria e na tristeza, ninguém escolhe, c'est la vie! Talvez por ser uma pessoa emotiva, gosto da força que algumas expressões transmitem, como por exemplo: lindo de perder o fôlego , paixão arrebatadora , do fundo do coração , vontade de vencer ou esta de algo que sabe pela vida . Mas atenção, só uso estas expressões quando de facto as sinto na pele, não as utilizo por dá cá aquela palha ou a torto e a direito :). Posto isto, espero que seja credível que a primeira vez que apliquei este soube-me pela vida foi mesmo quando terminei a minha licenciatura. Não segui os estudos superiores quando terminei o secundário por diversas razões, mas nunca foi por desinteresse e sempre fui completando a minha formação com outros cursos de curta duração. Nunca perdi a mira de frequentar a universidade, e quando tive oportunidade lá me lancei de corpo e alma (olha, outra expressão com carga emocional :). Isto de continuar os estudos na vida adulta, ou como costu

Dra. qual o melhor livro para o meu problema?

O ordenado do meu primeiro emprego não era compatível com todos os meus planos, e acho que ainda hoje não é :(. Entonces vai daí, que quando recebia o subsídio de férias, entre despesas extras e dinheiro para as férias, destinava sempre umas notas para um creme de rosto bom e caro (sim, tenho esta pancada de cremes para o rosto, corpo, olhos, mãos, pés, cotovelos e mais-que-houver), e para um livro novinho em folha! Lia sobretudo livros emprestados das primas e dos amigos, então era um luxo escolher um livro novo, era como comprar um carro zero quilómetros. Escolher um assunto ou história selecionado por mim, ou a curiosidade de ler um determinado escritor ou ainda a escolha consoante a minha disposição...  Mas acima de tudo tive sempre a ideia de que o livro é uma viagem, um escape, em certas alturas da vida pode mesmo funcionar como uma terapia. Tenho fases de ler um livro atrás do outro, e depois faço uma pausa e leio revistas, para me ligar à terra . Aqui há tempos, depois duma fa

As tuas verdadeiras cores

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O nome do blogue era para ser True Colors , só não o foi porque quis que fosse em português e não me ocorreu nenhuma expressão do meu agrado com a palavra "cor". As cores servem de metáfora em muitas situações e nesta canção da Cyndi Lauper representam a verdadeira personalidade da pessoa, os sentimentos puros, os medos e fantasmas, tudo sem máscaras. Nos dias menos bons sabe bem ouvir palavras motivadoras, por isso aqui fica a letra e o vídeo para recorrer nessas alturas... True Colors Cyndi Lauper You with the sad eyes Don't be discouraged Oh I realize It's hard to take courage In a world full of people You can lose sight of it all And the darkness it's inside you Can make you feel so small But I see your true colors Shining through I see your true colors And that's why I love you So don't be afraid to let them show Your true colors True colors are beautiful, Like a rainbow Show me a smile then, Don't be unhappy, can't

Irmãs

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Irmãs com uma diferença de idades que não chega a 14 meses. A primeira nasceu ainda nos anos trinta e a mais nova inaugurou a década de 40, do século passado. Tinham mais dois irmãos, no entanto, a proximidade de idades entre elas unia-as mais do que em relação aos outros. Eram também só elas que tinham os olhos azuis, iguais aos do pai que falecera dois anos depois do nascimento da mais nova. Foram educadas apenas pela mãe mas cresceram num ambiente rodeado de criadas, dos empregados que trabalhavam nas suas terras, da família paterna e materna e de quantos-forem-possível-contar primos e primas que surgem sem aviso nas terras mais pequenas, onde os laços familiares são autênticas encruzilhadas. Viveram uma infância em casa abastada, em meio campestre, numa vila arraiana situada na região apelidada de celeiro de Portugal. Partilharam a cama, as roupas, as brincadeiras, as ídas para a escola e os segredos só delas, que agora  contam ainda com o entusiasmo característico da primeira

Escapadela especial

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Já sentadas no avião, a minha amiga Chica da Navalha virou-se e disse-me: “Finalmente vamos viajar juntas ao fim de 30 anos de amizade” (para fora de Portugal, referia-se ela). Era mesmo verdade, custou mas foi, e ainda por cima numa ocasião especial, íamos visitar a nossa amiga Olhinhos , amiga também desde essa mesma longa data. Não, as minhas amigas não são desenhos animados :P estes são os nicknames que usamos só entre nós as três, e sim também tenho um, mas não vou revelar (mistério!). Quis o destino que a Olhinhos fosse trabalhar para o estrangeiro e quisemos todas as três encontrarmo-nos lá. Esta escapadela, de fim-de-semana-alargado, deu para matar saudades das conversas entre nós, onde há sempre gargalhadas a valer, deu para visitarmos os locais preferidos da nossa amiga e do seu mais-que-tudo , e deu para realizar o meu desejo de infância de ir à Suiça, por causa da Heidi (esta sim é desenho animado :P). No regresso, eu e a Chica da Navalha concluímos que deu para

Uma Arca cheia de surpresas

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Quero chegar ao fim do livro mas não quero que este acabe… A Arca de Victoria Hislop  , oferta da V. foi uma boa surpresa. A autora é conhecida por escrever sobre viagens. Os seus livros já me tinham sido aconselhados pela livraria de viagens -   Palavra de Viajante  .    Comecei a ler e estava a gostar por ficar a conhecer um pouco da história e da cultura grega.  A páginas tantas, a ação passa a desenrolar-se à volta dos tecidos, fitas, linhas, cores, etc., e é claro que ainda fiquei mais agarrada ao livro, pelos motivos que já expliquei noutro post sobre trapos. "Komninos gostava de passear pelo seu salão de exposições silencioso e de passar a ponta dos dedos pelos seus rolos de seda, de veludo, de tafetá e de lã. Conseguia saber o preço de fábrica por metro simplesmente ao toque. Este era o seu grande prazer. Para ele, estes tecidos eram mais sensuais do que a pele de uma mulher. Os rolos iam do chão ao teto e havia escadas que corriam ao longo de calhas pelos cinquenta